Death World

por **After The Break** Ter Dez 29, 2020 10:23 am

DEATH WORLD

O DIÁRIO DE HANNA JUNG

31 DE MAIO DE 2026

Praticamente todo o mundo que a antiga raça humana conhecia se foi, e isso há certos anos atrás. Eu lamento muito por todos e também por mim, pois perdi a oportunidade de estar diante à variedade de cores que antes era encontrada na natureza; atualmente sequer posso erguer meus olhos e observar um céu que antes era de puro azul. Tudo está morto agora e o cinza é a cor que mais nos cerca. Ainda tentamos iluminar esse cenário com construções claras para enganar nossos olhos, mas se encaramos o céu a realidade nos atinge com dureza.

A Grande Epidemia foi o começo de tudo, um mal veloz que em pouco tempo infectou mais da metade da população, ceifando a vida de ⅓ desses. Tamanha praga teria que ser controlada e para isso, quando a esperança se mostrou escassa e todas medidas de erradicação inúteis, vieram as bombas nucleares...

Elas explodiram em vários cantos do mundo, dizimando continentes onde toda a população ou pelo menos sua maioria estava infectada. Este foi o fim de uma Era, pois em desespero os governantes acabaram por sacrificar 90% de uma população doente para que muito pouco sobrevivesse. Naquele momento ninguém mais acreditava na cura, o maior desejo ali era evitar a mais completa extinção da raça humana. Eles evitaram? Pois eu acredito que permanecemos a sucumbir.

A Terra como conhecíamos pereceu em março de 2022, dois anos após o nascimento as grande praga. O belo planeta que já definhava aos poucos tornou-se cinzento e praticamente incapaz de abrigar vida, a radiação consumiu praticamente tudo o que ainda restava. Os bravos sobreviventes de tantas mazelas aos poucos foram morrendo por diversos motivos, até chegarem a um número minúsculo. O tempo passou, mas a recuperação não seguiu um bom ritmo, por mais que nossos guerreiros lutassem pela vida.

Hoje eu vivo no que sobrou da Terra. Não sei o que há além do meu mundo reconstruído, mas limitado por uma muralha gigantesca. Apenas sei que se passaram alguns anos, mas não o suficiente para nos considerarmos seguros. Hoje uma pequena parcela de sobreviventes de uma raça que antes abarrotava o mundo se abriga em uma cidade protegida por algo que chamamos de “A Cúpula”, a última medida militar para evitar a extinção de nossa espécie.

Até meses atrás eu me sentia segura aqui, mas agora sei que há algo muito errado. Na última noite eu escutei o que não deveria. Eles realmente existem. Meus sonhos não me enganaram. Eles vivem no "Ermo", a terra que tentamos a todo custo ignorar, mas que agora sabemos que representa uma grande ameaça...

Nossos vilões já não são apenas mutações e eu não quero sequer pensar se há vida humana além da muralha. Tudo aqui anda muito confuso, mas todos sabemos que não estamos mais seguros. Eles falam em sair…